5 coisas *incomuns* na Alemanha que peguei as manhas

Bom, agora que completei um ano na Alemanha, para onde me mudei para fazer um trabalho social, já posso fazer um balanço das coisas que estranhei nos primeiros meses, mas com as quais acabei me adaptando plenamente após esta longa temporada. Separei-as em cinco partes! 

1. Parque-Cemitério

Uma das coisas mais estranhas que achei nas minhas primeiras semanas na Alemanha eram os pequenos cemitérios situados no centro da cidade, abertos ou facilmente acessíveis, usados como atalho de uma rua a outra ou simples ponto de repouso para algumas almas bem vivas. É claro que a primeira vez que tive que atravessar um Friedhof (cemitério em alemão), mesmo que à luz do dia, fiquei bem encabulada. Estava com minha chefe e ela o fez com a maior naturalidade, ao passo que eu, quando me dei conta onde estava, fiquei com medinha. Não disse nada e evitei tomar o mesmo caminho outras vezes, mas, com o tempo, percebi que as passavam por ali com frequência, sem o menor medo de esbarrar com um fantasma ou um culto as trevas. Então, caí na real que, na boa, não tinha nada de mal cruzar o cemitério, quer por entre os túmulos, quer seguindo um caminho tranquilo, delineado com bancos e flores, sobrevoado por pássaros e, por vezes, ocupado por alguém a tomar uma cerva às nove da manhã, relaxado, enquanto eu voltava das compras do supermercado. Acredito que isso seja possível porque os cemitérios pelos quais já passei por aqui não são tenebrosos e mal cuidados como muitos que já vi no Brasil e, pior, assombrados por histórias que povoam nossos imaginários devido ao forte apego do brasileiro com supertições e coisas do além, alimentados naturalmente pelas religiões predominantes no país. O cemitério na Alemanha, às vezes chamado de parque-cemitério, está livre

2. Enviar/Receber Cartões Postais/de datas comemorativas

Um hábito bem bonito praticado por muitos alemães é o de enviar e receber cartões, postais ou de datas comemorativas. Várias das casas que já visitei, de velhos e jovens, exibem nas paredes da cozinha, quarto ou sala cartões como decorando e exibindo que alguém que viajou do México à Austrália se lembrou de você, ou felicitações do Natal ou da Páscoa. Eu mesma tenho vários na minha parede que recebi de amigos, só preciso envar os que comprei de cada cidade que visitei rsrs As pessoas também trocam cartões de aniversário, tudo muito bonito e personalizado. Não é coisa do passado ou demodê, mas um costume muito bonito.

3. Revelar fotos

Assim como trocar cartões, uma coisa bem bacana que já vi muito colega aqui na Alemanha fazer é revelar aquela foto favorita e te presentear. Aliás, eu vi isso primeiro entre colegas alemães no Brasil, mas aqui descobri que é mais comum do que imaginava. Enquanto tenho a impressão que no meu país este hábito tem minguado com a ascensão das câmeras digitais e redes sociais, na Germânia o hábito de revelar fotos continua em vento e poupa. Eu mesma já recebi fotos lindas de presente de amigos, hoje emolduradas na minha parede.

4. Comer tomate, pepino e pimentão no café da manhã

Tem gente que acha que alemão come salsicha no café da manhã (e até tem hehe), mas o que aprendi a comer de desjejum foi tomate, pepino e pimentão! Quando minha mãe perguntou o que de "estranho" eu tinha mudado no meu hábito alimentar e eu disse que era isso, ela ficou intrigada, mas eu gosto muito da ideia e para mim agora é bem natural comer legumes frescos logo pela manhã em vez de frutas. Em verdade, esses três se tornaram itens básicos da minha dieta, também no almoço e na janta.

5. Jogar papel higiênico no vaso sanitário

Eu já falei sobre o tema aqui, isto é, jogar papel no vaso ou na lixeira. Acontece que na Alemanha, para explicar bem rápido, descarta-se o papel higiênico usado via descarga abaixo. A lixeira, se houver no banheiro, é para outros usos, como cotonete, algodão etc. No começo, como de se esperar, eu hesitava bastante, mas agora faço sem perceber e, enquanto estive de férias no Brasil por duas semanas, peguei-me várias vezes usando o vaso e não o lixo para o descarte do dito cujo. Para mim, agora, parece, realmente, bem mais "higiênico" do que deixá-lo acumulado no lixo e, como a tubulação da Alemanha é preparada para isso, assim como em geral o papel aqui é biodegradável, faço sem pensar duas vezes.

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