Brasília, um amor cartesiano


Depois de postar o vídeo do alemão Sebastian Linda aqui sobre a necessidade de explorarmos melhor o espaço ao nosso redor, que ocupamos no dia a dia, lembrei que tenho um exemplo muito bonito da minha cidade natal, Brasília.

Produzido por jovens do mercado visual da cidade, o clipe mostra várias cenas bacanas da capital federal, sob um olhar diferente daquele - sisudo, seco, antro de politicagem - retratado toda noite no chato do Jornal Nacional. O vídeo é uma amostra generosa das diversas facetas da cidade, quer pelas suas tribos, quer pelos seus fenotipos. Chego até mesmo a acreditar que Brasília é um pequeno Brasil no sentido de reunir tantas culturas diferentes, façanha permitida pelo seu projeto de construção e, posteriormente, ocupação. 

Sobretudo, o que o vídeo transmite, em minha opinião, é uma cidade cheia de concreto, claro, mas cujos monumentos, há muito tempo, tornaram-se apenas mero figurantes, senão pano de fundo, para quem realmente vive ali, gente feliz e em sintonia com a Rosa dos Ventos do Planalto Central.

É ao som de Happy de Pharell Willians que os jovens formalizam um apelo harmônico como a clamar: "Esqueçam Niemeyer, nós somos a nova e melhor herança da cidade!". 

Nada contra o arquiteto, mas dou mais crédito de Brasília à Lúcio Costa. Só que isso é outra história.

O que quero chamar atenção mesmo, com o perdão do trocadilho, e brasilienses entenderão melhor a questão, é ao fato de que somos uma legião de amantes deste plano em eterno piloto, que vem sendo preenchido em sorrisos e cores pelas velhas e novas gerações.

Eu por exemplo, nata da cidade, incluo no meu vocabulário "oxi" do Nordeste, "ué" de Minas e "guri" do Sul. Tudo aprendido entre família, vizinhos e amigos, cujos ascendentes vieram de todo canto do país. Sei também que macaxeira é mandioca e beiju é tapioca; não curto açaí, mas tô ligada que meus amigos do Pará até que aprovam o que é consumido aqui; "tô ligada", aliás, é gíria da periferia, porque em Brasília é difícil não topar com toda gente; não sei dançar forró, mas me amarro na Makossa, tradicional baile de festa black da cidade... e por aí vai. Há uma seção neste blogue só sobre BsB, que não são os Backstreet Boys, mas nossa sigla.

















Se quer saber mais, dá um clique no vídeo aí embaixo. E vem cá se apaixonar por Brasília também.



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