Brasília é diferentona por si só.
Mas tinha que ter uma cria mais diferente ainda: a entrequadra 205/206 Norte, conhecida como Babilônia N6rte.
Babilônia, além de aludir ao império romano, porque o modelo arquitetônico nada que tem a ver com as demais da cidade: planejada por Doramélia Marra da Motta, a entrequadra foi inaugurada em 1979 com o principal diferencial de integrar as duas quadras por meio de duas passagens subterrâneas.
E as peculiaridades não param por aí.
De cara, assim que se entra na entrequadra é possível notar que há algo de especial naquele endereço que segue o padrão dos demais em Brasília apenas na lógica das letras e números. De resto, diferencia-se em muitos aspectos. Um deles são os blocos comerciais emendados um ao outro, com fachadas em forma de arcos.
Aliás, a frente dos prédios da entrequadra é virada para a quadra residencial (o inverso de todas as outras entrequadras do plano piloto), contrariando a concepção original de Lucio Costa. Não à toa, o comércio local é marcado por um ateliê, escola de música, pet shop e o espaço cultural Cena (visite!). Ao cair da tarde, a atração é uma barraquinha de macarrão!
Outro detalhe é que para subir ao primeiro e ao segundo pavimentos, faz-se uso de rampas ou escadas que podem parecer verdadeiros labirintos.
Outro detalhe é que para subir ao primeiro e ao segundo pavimentos, faz-se uso de rampas ou escadas que podem parecer verdadeiros labirintos.
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| Foto: Trip Advisor |
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| Foto: Raimundo Sampaio |
E se caírem no andar de baixo, talvez tenham chance de encontrar uma banquinha coim um acervo precioso de filmes, livros e LPs sob os cuidados de Seu Miguel do Carmo em uma das passagens subterrâneas.
Uma das principais caracaterísticas da entrequadra, sem dúvidas, são as intervenções artísticas.
Depois de anos renegada por passantes e comerciantes, há alguns anos a entrequadra foi finalmente resgatada por artistas locais dispostos a provar seu valor e acabou virando cenário de um documentário, apelidado de Babilônia Norte (confira aqui).
A iniciativa culminou, ainda, em um evento transmídia ao ar livre que atraiu inúmeras pessoas, onde o documentário foi exibido, houve trilha sonora ao vivo e performances artísticas. E eu estava lá! Conheça mais sobre o projeto aqui!
Deste legado restam ainda grafites e poesias, além de outras ocupações esporádicas, que tentam afastar da entrequadra o estigma da mais estranha da cidade!
Demais fotos: do documentário Babil5nia N6rte.
1 comentário(s)
Muito bacana o texto. Muito obrigado.
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